sexta-feira, 4 de março de 2011

Acidentes

Queridos Irmãos,

Recebi este texto através da lista Motociclistas da Bahia, onde um grupo está se organizando para analisar acidentes motociclísticos com a intenção de expor as causas e procurar evitá-las. No texto estão várias dicas e técnicas de pilotagem segura que, mesmo sem autorização formal dos autores, não se pode reter. Precisamos passar esta informação ao maior número possível de pessoas, mesmo sendo um assunto que já conhecemos nunca é demais ler novamente.

Gostaria de chamar a atenção para o item 15 do tópico REGRAMENTO EM COMBOIO:

Após ultrapassar, retornar à pista de direção “abrindo” a passagem para a Motocicleta que chega da retaguarda, mesmo que a posição no comboio não seja aquela.

Por diversas vezes fiquei em situação desconfortável após ultrapassagem porque o motociclista que vinha à minha frente simplesmente reduzia a velocidade logo após a ultrapassagem e não deixava espaço para que eu retornasse à minha faixa. Por algumas vezes fui obrigado a ultrapassá-lo para não ficar na contra-mão.

Acredito que devamos efetuar a ultrapassagem com velocidade superior à do ultrapassado (30% acima, conforme nos ensina a teoria), manter essa velocidade após a ultrapassagem por tempo suficiente para se afastar do veículo ultrapassado e apenas retornar à faixa de origem após uma distância segura, se deslocando para a direita para permitir que o motociclista que vem junto na ultrapassagem possa entrar na faixa com comodidade e segurança. Após a ultrapassagem completa se retorna às posições originais.

Vamos ter consciência e viver mais na estrada.

Abraço a todos.

Paulo Barros - Casa da Arte

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS


Pouco tempo atrás houve uma discussão no Web Group acerca de curvas, onde dois filmes serviram de exemplo. Pois bem, a utilidade daquela discussão é inquestionável.

Posteriormente, o acidente com o irmão Motociclista que se dirigia a Prado/BA, saindo de Goiás, nos deixou espantados e intrigados. Urge sabermos as causas, as circunstâncias. Temos relatos técnicos (Polícia Técnica) onde apontam as causas motis enfarto agudo do miocárdio e AVC, ANTES DO ACIDENTE, ou seja, quando houve a colisão, a pessoa já estava morta.

Em razão disso, pensamos em desencadear uma campanha entre os Motociclistas no sentido de criarmos uma estatística e, pelos fatos narrados, realizarmos um estudo balizado em dados reais para assim traçarmos um perfil dos acidentes. O resultado desse estudo, cremos, poderá vir a ser útil como alerta e até mesmo a adoção de procedimentos preventivos.


A idéia é:

Ao noticiarmos acidentes envolvendo irmãos Motociclistas, procurássemos obter o relato oficial do acidente, pois sabemos que, mesmo sem imagens (filme) poderíamos analisar, discutir e, provavelmente, chegarmos à conclusão. Acidentes não são casos fortuitos e sim decorrentes de n fatores e n variáveis.

Pode parecer devaneio, mas temos a certeza de que, havendo a colaboração de todos, os resultados poderão trazer ensinamentos para todos nós.

Deixamos claro que o objetivo não é identificar autor ou vítima, culpado ou inocente, ou os efeitos ou consequências, é sim identificar a CAUSA.


CONCEITO DE ACIDENTE

Acidentes são acontecimentos impensados, casuais ou não que resultam danos pessoais e/ou danos materiais.

Acidentes não são simplesmente obra do acaso, eles podem ser previstos e podem ser evitados.

Quem se dedica à prevenção sabe que nenhuma situação acontece por acaso, sempre há uma causa, um motivo. Todo acidente tem uma causa definida, por mais imprevisível que pareça ser. Os acidentes, em geral, são resultados de uma combinação de fatores, entre eles, falhas humanas e falhas materiais que não escolhem hora nem lugar.

É comum ouvirmos, por exemplo, “...a arma disparou acidentalmente...”. O bom entendimento diz que uma arma não dispara sozinha, é o elemento passivo. Para uma arma disparar necessário se torna uma série de ações humanas que vão desde o municiamento e carregamento até o acionamento do gatilho, de onde se conclui que quem fez a arma disparar foi o agente, o ser humano, sujeito ativo.

A mesma regra se aplica aos veículos automotores e de tração como um todo, haja vista que eles, sem a ação do sujeito ativo, são corpos inertes.

“O carro atropelou o pedestre”. Ora, quem atropela não é simplesmente o carro, é o seu condutor. Mas será que pode ocorrer uma situação inversa, ou seja, o pedestre atropelar o carro? Evidente que sim.

Esses, entre muitos outros exemplos que poderiam ser citados, deixam incontestes as ações do ser humano, restando distinguir apenas quem é o autor e quem é a vítima. Porém, como tratamos aqui apenas da causa, não vem a propósito identificar autor ou vítima e sim a CAUSA.


NÚCLEO DO ACIDENTE


IMPERÍCIA

A imperícia é caracterizada genericamente pela falta de habilidade ou conhecimento para realizar determinadas manobras na pilotagem da Motocicleta. Conceitualmente, é a ignorância, inexperiência, inabilidade, falta de experiência ou destreza.

Configura-se a imperícia à partir do despreparo do piloto, onde conhecimentos técnicos são indispensáveis para uma pilotagem segura. O piloto impetuoso, culminando este proceder em prejuízo ou dano para si ou terceiros, demonstra-se imperito. Ou seja, imperito é aquele que não sabe fazer.

Imperícia é a incapacidade, é a falta de habilidade para pilotar a Motocicleta, não levando o piloto, em consideração, o que SABE ou DEVERIA SABER. A imperícia se revela pela ignorância, inexperiência ou inabilidade para pilotar a Motocicleta. É uma forma culposa que gera responsabilidade civil e/ou criminal pelos danos causados. Ex: um piloto de Custom tentar fazer uma curva como se estivesse pilotando uma RR. Ele até conhece os procedimentos, mas não considera que as Custom não foram feitas para curvas em alta.

Ao tratar a matéria, estamos dizendo que nem todos habilitados têm habilidade. A habilitação decorre de exigência legal, já a habilidade decorre da necessidade de sobrevivência inerente à natureza humana e ela advém da observação, da experiência, da vivência e NÃO DO EGO ou da necessidade de auto-afirmação.


NEGLIGÊNCIA

Negligência é o descuido baseado na indolência, é o desleixo em relação à pilotagem como um todo, que vai desde a revisão da Motocicletacicleta aos paramentos de segurança, passando pelo conhecimento da pista, condições atmosféricas e incidência de acidentes em determinado local por onde irá passar.

A negligência caracteriza-se pela omissão de uma ação ou ato, ou seja, o piloto deveria agir, mas não o fez, sendo displicente. Ex: o piloto sai em viagem, mas não calibra a pressão dos pneus; ou então, o piloto deixa de fazer uma avaliação médica e se lança em viagem de longa distância.


IMPRUDÊNCIA

O que diferencia a imprudência da negligência é a ação ativa ou passiva do agente, ou seja, na imprudência o piloto age e assume um risco e na negligência o piloto deixa de agir, é omisso.

A imprudência caracteriza-se pela ação precipitada, onde a ausência de cautela induz a uma situação de risco iminente ou perigo. Ex.: pilotar acima dos limites das capacidades da Motocicleta e do piloto.

A Imprudência consubstancia-se pela falta de cuidado e pela desatenção para consigo próprio e, principalmente, com os outros. Ex.: ingerir bebida alcoólica e pilotar.

Imprudente é aquele piloto que, através de uma conduta (ação ou omissão), afasta-se do mínimo necessário à apropriada pilotagem. O exemplo clássico do excesso de velocidade em noite chuvosa é extremamente ilustrativo. Em contra-partida conceitua-se prudência como uma relutância de tomar riscos, que consiste em uma virtude de respeito aos riscos desnecessários. Ou seja, imprudente é aquele que faz quando não deveria fazer.

Enfim, a imprudência engloba a imperícia e a negligência e, conforme a ilustração da Campanha, a imprudência é não amar a vida, não cuidar da saúde, não levar a Motocicletacicleta a sério, não respeitar as leis (de trânsito e da física). Ao contrário, prudência é poder estar no âmago da família após uma jornada pilotando.


CAUSA DO ACIDENTE

“Descobrimos a pólvora”: todo acidente tem uma CAUSA.

Conceitualmente, causa difere de Fator Concorrente. A Causa é o motivo; é a razão; é a origem; e dela resulta o efeito.

Em sentido amplo, a causa do acidente está determinada definitivamente no núcleo do acidente. Ele, acidente, SEMPRE acontece quando ALGUÉM age com imperícia, negligência ou imprudência.

Sob a ótica que objetiva a determinação da CAUSA do acidente para fins preventivos, é correto afirmar que a CAUSA está definida no NÚCLEO DO ACIDENTE, senão vejamos um entre uma infinidade de exemplos:

Imperícia e Negligência do mecânico; Imprudência do piloto.

As bengalas “correram” e a dianteira “arriou” (vernáculo dos mecânicos). Os quatro braços que sustentam as bengalas ou telescópio da suspensão dianteira, onde são usados quatro parafusos, um em cada braçadeira, não foram ajustados (torque de aperto).

O piloto foi imprudente ao retirar a Motocicleta da oficina e se lançar na estrada, baseado exclusivamente no princípio da confiança.

Conclusão:

Em se tratando de segurança, nem tudo que aparenta ser é o que é, portanto, confira.

É justamente na CAUSA que debruça o Estudo proposto que, certamente, despertará o interesse dos Motociclistas e, quiçá, das instituições públicas afins, haja vista que não basta criar leis e sim conscientizar e educar, afinal o objetivo é PREVENIR para EVITAR acidentes que machucam famílias, amigos e até mesmo terceiros que assistem ou têm notícias.

Observemos que estamos tratando apenas a causa do acidente, pois, como já dito anteriormente, o objetivo aqui não é identificar a culpa, até porque o que buscamos é a prevenção e não a punição legal.



FATORES CONCORRENTES DA CAUSA

Podemos dizer que Fator Concorrente é um concurso de eventos ou situações que, somado ao Núcleo do Acidente, resulta acidente.

Situação:

Pista reta, plana e bem sinalizada; asfalto de boa qualidade; temperatura atmosférica 31ºC; manhã de domingo; céu de brigadeiro; raros veículos transitando; ausência de radares e PRF. Enfim, “condição ideal para uma estilingada ao limite superior.

De pronto identificamos a imprudência (não consideradas a imperícia e a negligência). Aí surge um carneiro atravessando a pista ou um pequeno buraco. Porquanto na situação exemplo identifiquemos duas negligências, do dono do carneiro e do DERBA ou DNER, está aí um fator concorrente externo ao piloto e sua Motocicleta, mas não estranho à pilotagem segura.



FATORES DETERMINANTES DA CAUSA

Os Fatores Determinantes são encontrados na combinação de variáveis:

física
Indisposição; fadiga; limitações visuais e/ou auditivas; hipertensão; hipoglicemia; alimentação inadequada; ausência de check up médico e odontológico regular; condicionamento físico; uso de substância proibidas; uso de medicamentos controlados etc.

psicológica
Instabilidade emocional; autoconfiança; desequilibro emocional; agressividade; irritabilidade; distúrbios psicossomáticos; egocentrismo; individualismo; dependência de psicotrópicos; transtorno bipolar; não introspecção; autopiedade; passividade; dificuldade de aprendizado; raiva; ira etc.

social
Desemprego; dívidas financeiras; instabilidade empregatícia; instabilidade conjugal e familiar; interligações ambientais etc.

educacional
Educação doméstica; intransigência; autoafirmação intelectual; ausência de conhecimentos; analfabetismo; cultura não evolutiva; bloqueio mental; ausência de autocontrole; falta de disciplina etc.



DICAS CONHECIDAS E QUE NÃO SE DEVE ESQUECER AO PILOTAR


Muitos abordam o tema Segurança no Trânsito tendo como viés os dados estatísticos fornecidos por instituições públicas que apontam números e efeitos, entretanto, tais estatísticas não abordam as causas. O estudo das causas – perícia in loco, engenharia da pista, engenharia do trânsito, a psicologia experimental e a psicologia racional, são fatores decisivos para a redução sistemática do número de acidentes com Motocicletas.

Cessando a causa, cessa o efeito.

Esses números e efeitos são os responsáveis pelas contemporâneas e alardeadoras manchetes dos jornais “Aumenta o número de acidentes com Motocicletas”, sendo essa a principal justificativa da majoração do seguro obrigatório (DPVAT).

Ora, se cresce o número de veículos transitando, consequentemente aumentam os riscos, por conseguinte, aumenta o número de acidentes. Mas isso não é a causa, é o efeito.

Comecemos a tratar a causa lá no seio da família, passando posteriormente pelo ensino fundamental, onde Trânsito deveria ser matéria curricular. Posteriormente viria um abalizado curso para condutores. Mas não iremos aqui abordar aspectos diretamente ligados à preparação de condutores de veículos motorizados, em que pese o assunto ser, ao nosso ver, um dos caminhos concretos.

Ao longo das nossas vidas de “habilitado a conduzir veículos motorizados” nos deparamos com inúmeras situações que nos fazem refletir. Se por um lado as imprudências da adolescência nos proporcionaram determinadas habilidades ao volante de um carro e ao guidon de uma Motocicleta, por outro, nos ensinaram a distinguir fielmente o que se deve e o que não se deve fazer.

Uma das coisas que a “escola da vida” nos ensinou quando pilotando uma Motocicletacicleta é sempre esperar o inesperado, isso nada mais é do que agir defensivamente, pilotar a Motocicletacicleta de forma defensiva.

Mas alguém já se deu conta do que vem a ser Direção Defensiva? Será que os cursos exigidos pela nossa legislação de trânsito atendem de forma eficiente? Particularmente entendemos que não, haja vista que o candidato a condutor ali está meramente para cumprir uma condição legal.

A importância da Direção Defensiva será compreendida se atingir o psíquico, se atingir o espírito, se incorporar à alma do condutor. Enfim, assimilada pela consciência do condutor a ponto de fazê-lo distinguir cautela e prudência de medo, sendo ele, o medo, um dos fatores preponderantes que concorrem diretamente para os acidentes.

O medo se traduz pelo forte sentimento de inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginação de que ele existe. O medo transmite insegurança e libera endorfina que, por sua vez, é capaz de produzir ação antálgica, semelhante a um anestésico, com isso reduz o estado de alerta. Já a insegurança é o medo externado de forma velada. Fobia é medo; fobia resulta instabilidade emocional descontrolada – é o pânico; o pânico induz reação evasiva inconsequente ou inércia do Motociclista. Resultado: acidente.

A regra basilar é estar sempre alerta; esperar o inesperado; não imaginar em cair ou sofrer acidente; ser cauteloso; ser prudente. O bom piloto pilota sua Motocicleta de forma sempre defensiva, mas, por vezes, tem que pilotar de forma agressiva, arrojada (não confundir com radical). É como uma curva: se frear nela, você cai; se entrar com velocidade acima do ela permite, você cai; se não acelerar na saída da curva, você cai. Da mesma forma, se ultrapassar e não mantiver a velocidade de ultrapassagem o carro ultrapassado colide em você.

Se os carros estão trafegando a 60km, você trafega a 80km/h. Se os carros trafegam a 100km/h, você trafega a 120km/h. Se os carros estão a 150km/h, você deixa eles irem embora. Ou seja, evite pilotar à frente, ao lado e atrás dos carros, fique longe deles.

E assim vai, mas tudo isso só funciona com a Motocicleta SE o piloto tiver agilidade e destreza, e dominar suas emoções.

Um outro fator contribuinte é a ausência de inteligência, ou falta de exercício mental, ou mediocridade mesmo, mas que também é uma deseducação e desrespeito. Exemplo disso são os “esquerdinhas” – aquele ignóbil que só anda à esquerda da pista; é o maldito celular, pior é quando dirige, fala ao celular, fuma ou passa baton – insanidade.

Equivoco pensar que nada mais importa a não ser dirigir um carro ou pilotar uma Motocicleta e sair pelas estradas, ou ruas. O que vemos no nosso dia a dia no trânsito é uma série de asneiras; um amontoado de imprudências; um dicionário de agressões verbais (e gestos também); uma mútua falta de respeito. Tudo isso reflexo da falta de educação doméstica; da crescente escassez de civilidade; da ausência de equilíbrio emocional; do despreparo do sistema ora voltado à punição (indústria das multas).

Punir é bom, arrecada mais.

Educar é ruim, gasta mais.

Enquanto as autoridades permanecerem com a esdrúxula mentalidade de que ônus com a Segurança é gasto, a tendência, e os números apontam isso, é o aumento do número de acidentes e o Estado, aí sim é gastar, será onerado pelas despesas médicas, indenizações, aposentadorias precoces e pensões. É preciso entender, mais do que nunca, que ônus com Segurança é um investimento que reduz gasto a curto, médio e longo prazo.



1. Conheça seu equipamento e as limitações dele. Cada tipo de Motocicleta foi criada para um tipo de uso, da mesma forma são os seus pneus;

2. Conheça sobre pneus, lembre que, sendo ele perfil alto ou perfil baixo, ambos têm limite de inclinação que se ultrapassado, atingirá a lateral, aí a queda é certa;

3. Você que gasta tanto dinheiro com equipamentos para personalizar sua Motocicleta, por que não investe (não é gastar) em equipamentos de segurança? Já vimos uma BMW GS1200 onde seu piloto usa uma capacete conhecidamente de baixa qualidade;

4. Capacete é estilo. ERRADO. Capacete é SEGURANÇA. Quem usa coquinho é porque não tem volume necessário de massa encefálica para caber em um Capacete ;

5. Se policie, não deixe seu impetro “falar mais alto”, seja equilibrado;

6. Vias urbanas ou estradas não são pistas de competição;

7. Seja você mesmo, não vá na “onda” de ninguém;

8. Caminhoneiros (estrada) são simpáticos aos Motociclistas, já o “marineteiro” (motorista de ônibus) NÃO;

9. Ao se aproximar de um veículo, se apresente a ele, faça com que o motorista lhe veja. Lembre que quem lhe vê não é o carro e sim o motorista dele;

10. Conheça o ponto cego do motorista e SAIA dele;

11. Evite ficar próximo de qualquer veículo, ultrapasse ou deixe ele se afastar;

12. Dentro dos limites da velocidade compatível, pilote à velocidade de 20km/h acima da velocidade dos demais veículos;

13. Guarde distância, mesmo que seu equipamento possua ABS. A Motocicletacicleta chega rápido, mas não pára tão rápido quanto chega;

14. A pista pode estar um tapete, mas não se empolgue, pode haver um obstáculo logo à frente;

15. Por “chegar rápido”, a Motocicleta não permite sequer um segundo de desatenção;

16. Não insista com os “esquerdinhas” (aqueles idiotas que só trafegam na pista da esquerda), peça passagem, mas NÃO ultrapasse entre o meio fio e o “esquerdinha”;

17. Susto, inimigo número um das mulheres e idosos ao volante, portanto, não os assuste, pense que a sua mulher por estar ao volante; pense que um dia, se for prudente, você também será um idoso ao volante;

18. Tem “confusão” à esquerda, antes dela, saia à direita;

19. Não tenha medo, seja prudente e cauteloso, mas medroso jamais;

20. Mantenha a documental exigível sem à mão, observando sempre a sua validade.

21. Mantenha a chave reserva com você, mas em local seguro.

22. Ande com o kit de ferramentas, para reduzir volume e peso, selecione as ferramentas.

23. Reparador de pneus, o spray é uma boa solução de contingência.

24. Conheça os itinerários, faça uma check list.

25. Verifique o estado dos pneus e calibragem dos pneus; verifique os níveis de óleo, fluidos de freio e embreagem e água; mantenha a corrente sempre lubrificada.

26. Lembre que álcool e direção resulta no que não presta.

27. Resumo: o apressado come cru; o seguro morreu de velho.



Algumas dicas para uma boa garupa de sexo feminino.

Coloque o capacete Antes de montar na Motocicleta. Tire o capacete DEPOIS de desmontar da Motocicleta.

Só monte/desmonte da Motocicleta quando o piloto está com as duas mãos no guidão. Avise antes que for se movimentar.

Tente não bater com seu capacete no capacete do piloto. Isso pode ser um bocado difícil dependendo do modelo de Motocicleta. Mas faça o possível ok ?

Agarre com força o piloto. Se quiser se aproveitar, fique a vontade. Eu particularmente adoro quando a minha mulher me agarra firme.

Ande sempre equipada, com casaco e roupa de couro ou de cordura. Use botas de salto o mais baixo possível, de couro. Não coloque óculos escuros nos bolsos nem pendure-os na gola do casaco. Qualquer ventinho e já era. Tente prender os cabelos, para que você não chegue ao destino fantasiada de espantalho. Use luvas de couro porque o frio entra pelas extremidades do corpo. Um lencinho de seda pode ajudar para cobrir o rosto e combater o frio. Se você mora em lugar quente, ignore essa parte do frio mas não a parte da proteção, ok ?

Quando o piloto inclinar a Motocicleta, confie nele. Não tente compensar "desinclinando" a Motocicleta. Quem pilota é ele, você é passageira. Se puder, incline um pouquinho antes dele.




REGRAMENTO EM COMBOIO


1. Antes de iniciar a viagem, contar a quantidade de Motocicletas, estabelecer a velocidade padrão, estabelecer a formação do comboio e definir as paradas técnicas, onde todos devem obedecer.

2. A formatação em estradas será intercalada e obedecerá ao distanciamento seguro de 20 (vinte) metros para velocidade igual ou inferior a 60 km/hora e o mínimo de 30 (trinta) metros para velocidade acima de 60 km/hora, devendo o batedor (primeiro da fila) se manter à esquerda, próximo à faixa central da pista, o segundo à direita, e assim sucessivamente.

3. O batedor do comboio é a Motocicleta mais rápida e piloto mais experiente.

4. O batedor não poderá fazer “zigue zaque” na pista, alterando sua trajetória apenas e tão-somente para evitar obstáculos e nas tangências de curvas, quando for o caso.

5. O cerra fila é, também, uma Motocicleta rápida e piloto experiente.

6. Estabelecida a velocidade padrão, que nunca deve menor que a velocidade legal da pista, todos devem manter. Aquele que não acompanhar por motivo que não seja atribuído a problemas na Motocicleta, ficará para trás sem a obrigação dos demais de esperar.

7. Manter-se afastado dos demais veículos da pista; ultrapassando quando em velocidade inferior a da Motocicleta ou deixando-o seguir em frente quando em velocidade superior.

8. Todos devem manter a visão, pelo retrovisor, da Motocicleta que vem logo atrás.

9. Na ultrapassagem de carros, caminhões e ônibus, sempre pela esquerda, deverá ser dada preferência para o mínimo de duas Motocicletas por vez.

10. Evitar manter-se atrás de veículos, pois deles podem se soltar peças, parafusos, pedras, lata de cerveja, cigarro etc.

11. Na ultrapassagem o piloto se apresentará no retrovisor do veículo a ser ultrapassado onde o início se dará quando tiver a certeza de que foi visto pelo Motociclista.

12. Na ultrapassagem sempre lembrar que o veículo a ser ultrapassado tem o ponto cego, razão pela qual é imperativo “sair dele”.

13. Quando ultrapassar empreender velocidade de no mínimo 30% acima da velocidade do veículo a ser ultrapassado, evitando assim manter-se maior tempo lado a lado.

14. Evitar ser ultrapassado por ônibus e caminhões, pois eles, sendo altos, tem maior área no ponto cego, não vêem a Motocicleta e “cortam” no meio da ultrapassagem.

15. Após ultrapassar, retornar à pista de direção “abrindo” a passagem para a Motocicleta que chega da retaguarda, mesmo que a posição no comboio não seja aquela.

16. Só iniciar a ultrapassagem quando estiver convicto do que vai fazer a fim de evitar desistências abruptas que expõem a riscos a Motocicleta da retaguarda e que também iniciou o procedimento de ultrapassagem, muitas vezes “vindo lançada”.

17. Desligar o celular ou colocar no silencioso. Primeiro para não ficar na ansiedade de atender. Segundo para evitar paradas bruscas e não esperada por quem vem logo atrás.

18. Ultrapassagem pela direita é definitivamente proibida, pois expõe a riscos o ultrapassado, sendo, pois, objeto de reprimenda formal e ser xingado de FDP.

19. Se precisar parar, erguer o braço esquerdo; se for o cerra fila, piscar o farol alto.

20. Ideal para viagem em comboio é utilizar rádio VHF – batedor e cerra fila.

21. Em cada para parada, seja ela por qual motivo for, o líder do comboio deve contar as unidades que o formam.

22. Em grandes percursos – entre duas paradas técnicas programadas, o líder se obriga a deixar ser ultrapassado por todos, ocasião em que fará a contagem das unidades que formam o comboio.

23. É atribuição do cerra fila, na saída de qualquer parada, contar as unidades do comboio.

24. Não confundir viagem com passeio. A primeira se dá, via de regra, em BR’s, cujo fluxo de veículos é mais intenso. Já a segunda se dá em estradas vicinais onde o fluxo de veículos é pequeno, normalmente o passeio acontece em pequenos percursos.

25. A redução brusca da velocidade sem nenhum motivo aparente poderá causar acidentes ou, no mínimo, transtorno para quem vem na retaguarda, portanto a regra é evitar se distrair com conversas com o carona ou vislumbrar a paisagem.

26. Evitar gesticular quando conversa com o carona, pois um gesto poderá confundir todos na retaguarda.



CURVAS


A máxima diz que a curva quebra a monotonia da reta e evita o sono, e quem disser que não gosta de curva não é Motociclista. Fazer um curva bem feita é uma arte (não falamos em velocidade, essa fica ao gosto de cada um).

Qualquer um consegue acelerar uma Motocicleta numa reta, mas a pilotagem de Motocicletas envolve curvas. O prazer de pilotar uma Motocicleta é menos relacionado a velocidade pura do que com a capacidade de fazer a curva bem feita.

Frear na curva NUNCA, obviamente que, em situações extremas, o remédio é frear mesmo.

A situação mais comum que justifica frenagem em curva é quando entramos muito rápido numa curva e algum obstáculo a frente nos obriga a reduzir rapidamente de velocidade. Um carro muito lento na pista, um obstáculo parado (pedra, buraco, areia, etc) bem na trajetória da Motocicleta significa um choque na certa. Aí o jeito é frear.

Em situação de emergência o melhor é colocar a Motocicleta na vertical, acionar os freios e a embreagem ao mesmo tempo. Observe que essa medida fará com que a Motocicleta saia pela tangente, portanto, leve em consideração esse risco de você sair da faixa ou até mesmo da pista/rua. Com a Motocicleta na vertical a frenagem vai evitar que a Motocicleta derrape e saia também pela tangente. Ou seja, frear com a Motocicleta inclinada ou frear com a Motocicleta na vertical significa que a Motocicleta vai, invariavelmente, sair pela tangente.

A diferença é que ao frear a Motocicleta na vertical o piloto ainda tem uma chance de controlar a Motocicleta. Se ela está inclinada/deitada o mais provável é que sairá pela tangente do mesmo jeito só que derrapando e com o piloto ralando as peles no chão.

Não é coisa a se desejar para quem quer que seja, portanto, tomem cuidado nas curvas.



A técnica básica para fazer curvas seria a seguinte :


1. Planeje a curva com antecedência. Se o percurso for conhecido, se a curva você já conhece, planeje a velocidade de entrada da curva, a velocidade do miolo da curva e o momento em que você vai voltar a acelerar. Tenha um "plano B" para a curva, caso um buraco ou obstáculo apareça no meio da curva. Mentalize uma área de escape para o caso de algum imprevisto. Ao mesmo tempo foque a sua concentração no trajeto que você quer seguir. Siga a máxima "não olhe para onde você não quer ir".

2. Freie a Motocicleta antes de começar a incliná-la, em linha reta na entrada da curva. Reduza a velocidade e deixe a Motocicleta na marcha correta.

3. Alivie o acelerador enquanto a curva for fechando, ou seja, você está seguindo para o miolo da curva, o ponto de tangência. A Motocicleta deve estar engrenada, em marcha e não embreada. Incline a Motocicleta a medida que vai fechando a curva.

4. A partir do ponto de tangência, ou seja, o local na curva a partir do qual a curva volta a abrir, acelere levemente a Motocicleta e vá trazendo-a para a vertical novamente. É importante acelerar moderadamente para reequilibrar a Motocicleta distribuindo mais igualmente o peso do conjunto Motocicleta+piloto entre a roda da frente e a de traz.


Quem ensina o caminho das pedras é o renomado francês — radicado no Brasil — Hilaire Damiron, piloto profissional de Superbike 600 cilindradas e técnico em pilotagem. “Pilotar bem exige inicialmente muita atenção a todos os detalhes que envolvem o ato de guiar; desde o bom preparo físico aos cuidados com a manutenção da Motocicleta”, afirmou o instrutor.

Enviado por:
Paulo Barros - Casa da Arte
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